Raquel Delvaje

domingo, 3 de outubro de 2010

Buquê de rosas vermelhas


     De repente ela entrou e caiu perto do pé da mesa. Jazia em sangue!  Todos correram para acudi-la. Sua mãe, perplexa, abraçou-a. Procurou reanimá-la. Não podia acreditar diante do que via: sua filha estirada ao chão. Totalmente inerte!  Morta!
     Há tão pouco tempo ela estava ali, sorrindo e brincando com dois primos. Parecia até uma criança... E feliz... Seus olhos demonstravam uma sombra de preocupação. Mas não naquele momento! Ela deixara para trás todo e qualquer pensamento ruim. Somente brincava e cantava... Como se estivesse celebrando seus últimos momentos de vida.
     Há alguns meses atrás passara no vestibular. Todos comemoraram. Seria o único membro de uma família grande a conseguir chegar à faculdade. Um orgulho para os pais. Mas não para o namorado! Esse passou a sofrer de um ciúme incontrolável. Não aceitava que Sofia fosse para a faculdade. Ela não pretendia separar-se dele, era seu grande amor, mas diante de tanto ciúmes, não houve mais jeito: Separaram-se!
     Foi quando começaram as ameaças. No início ninguém acreditou que poderiam ser sérias. Mas depois perceberam e se preocuparam.
     Naquele dia Sofia ia para a casa do tio em outra cidade, para evitar uma tragédia anunciada.
     Não deu tempo!
     Jorge chegou antes e a esfaqueou no portão de casa.
     Ele a chamou, sua mãe não queria que ela fosse. Ele insistiu!  Disse que só queria despedir-se dela. Trazia consigo um buquê de rosas vermelhas e por detrás: uma faca.
     Matou-a!
     Passaram-se oito anos. Hoje Jorge vai se encontrar com a atual namorada e tem nas mãos um buquê de rosas vermelhas. Sua atual namorada arrumou um emprego fora da cidade.

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