Raquel Delvaje

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Somente Nós




Ei, psiu!
Vamos namorar
Sair de mãos dadas
Deitar na relva molhada
Contar as estrelas
Correr nas campinas.
Vamos brincar na chuva
Dividir o sorvete
Beijar na boca
Rir alto
Sonhar com o futuro.
Ei, psiu!
Vamos deixar de ser tão sérios
Tão preocupados
Sem tempo pra vida
Sem tempo pras estrelas
Sem tempo pras flores
Ei, psiu!
Vamos celebrar o amor
Vamos celebrar a vida!
Abra um vinho
Mas me dê um beijo.
Melhor o beijo
Do que o vinho!



terça-feira, 29 de novembro de 2011

Tão somente amar

Para o amor,
não se dita regras...
Tão somente amar
Sem preconceitos
Sem barreiras
Nem de tempo
Nem de distâncias
Muito menos de diferenças
Porque no fundo,
Isso é o que todos querem
Ser amados
E tão somente amar...
É o que devemos...
Amar o companheiro
Os filhos
Os amigos
Os vizinhos
Os animais
E os estranhos também...
Tão somente amar!
Cada um com sua forma de amor...
Mas tão somente amar...
Tire os sapatos
Ande na areia
Corra na chuva
E ame
Para tão somente amar...

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O que são as diferenças quando existe amor?!


Papo de Escrevinhador


Escrevinhador – Cara, veja o que eu escrevi!
Amigo 1  – (Lê rápido) Ah!
Escrevinhador – O que você achou?
Amigo 1 – A cara, sei lá...
Escrevinhador – Diga...
Amigo 1 – Sei lá!
Escrevinhador – É bom ou é ruim?
Amigo 1 – Sei lá! É uma droga, pronto, falei!
Escrevinhador – Como assim?! Uma droga?!
Amigo 1 – Uma droga!!!
Escrevinhador – Então é bom?
Amigo 1 – Eu disse que é uma droga! É muito ruim cara!
Escrevinhador – É, mas o conceito de hoje é assim, o que é ruim pode agradar...
Amigo 1 – É, mas não agradou!
Escrevinhador – Leia de novo, talvez você mude de ideia, eu sei que é bom.
Amigo 1 – Isso é uma droga e eu não quero ler de novo.
Escrevinhador – Isso é inveja, você ainda vai confessar que gostou.
Amigo 1 – Af! Dê para o Zé ler, ele vem vindo aí.
Escrevinhador – Zé, leia isso e veja se você gosta.
Amigo 2 – (Lê rápido) Muito bom!
Escrevinhador – Você gostou?
Amigo 2 – Sim é ótimo. Mudando de assunto, você tem “dez real” para me emprestar.
Amigo 1 – (rindo) Você falou que é bom só para pedir “dez real” emprestado.
Amigo 2 – Não, eu disse que é bom porque é bom!
Amigo 1 – Sei... Você nem leu direito.
Amigo 2 – Aí ó, vou “sair fora”.
Amigo 1 – Tá vendo, ele disse que era bom por puro interesse...
Escrevinhador – Poxa! Você me magoou cara. Fiquei “tristão” mesmo! Você acabou de matar o escritor que havia em mim. Nossa, “mano”, magoei.
Amigo 1 – Poxa cara, desculpa, foi mal!
Escrevinhador – Não tem problema cara, minha mãe deve ter dito que sou escritor e acreditei... Sou muito ruim mesmo. Nossa, “mano”, “tô mauzão”
Amigo 1 – Desculpa aí, você nem é tão ruim assim...
Escrevinhador – Eu sei que sou, quero morrer “mano”...
Amigo 1 – Não cara! Não precisa morrer não! Você escreve bem “pacas”. “De boa”, eu gostei do que você escreveu!
Escrevinhador – Repita então o que você acabou de dizer...
Amigo 1 – Sim cara, você escreve bem “pacas” e...
Escrevinhador – Tá vendo seu invejoso, estava falando que eu era ruim por pura inveja!

(Uma homenagem lúdica ao meu irmão Rogério Araujo , meu “escutador” desde tempos áureos)





domingo, 9 de outubro de 2011

Papo de Fruta



Raquel Delvaje


- Mãe! Tem banana que chama laranja?!
Perguntou cheia de curiosidade
A doce menina de pouca idade
Tão linda com seu cabelo de franja.

A mãe respondeu com ar brincalhão:
- Tem abacaxi com nome de manga...
Abacate com nome de mamão...
Melancia com nome de pitanga...

Com muita atenção ouvia a menina...
- E tem uva com nome de limão...
Amora com nome de tangerina...
Maracujá com nome de melão...

- Fala sério!! A pequena explodiu!
- Maracujá com nome de melão??!!
Abacate com nome de mamão??!!
Como pode isso? Onde já se viu??!!

Num ímpeto a mãezinha corrigiu
- Laranja com nome de pêra tem!...
Banana com nome de maçã também!...
E a menina aliviada sorriu:

- Ah! Sabia que tinha essa fruta,
Sabia que não estava biruta...
A mãe aproveitando completou:
- Quando compro banana na quitanda,
Me perguntam “banana maçã, tia?
E logo respondo: Não! Só banana...
Pois a maçã eu comprei outro dia...

- Vou levar dessa laranja um pouco
- Laranja pêra? Pergunta seu Leo
- Não! Só a laranja... Você tá pinel?
Essa pêra está cara pra “dedeo”

E fechou a cara bastante brava
A menina de franja, que sério falava...

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Papo de reflexão


Por que será que achamos que se comprarmos aquela bicicleta ergométrica vamos nos matar de tanto exercitar? Aí compramos, e a matamos de tanto guardar. Não, mas vejam bem, se for a esteira muda tudo. Compramos, e lá está a pobrezinha servindo de cabide. Passamos tempo imaginando que aquela centrífuga de sucos vai nos fazer beber sucos todos o dias, ledo engano, os primeiros dias funcionam , depois, armário nela. Depois vem a boleira, a pipoqueira, a máquina de pães, etc, . Não percebemos que se não fazemos aquelas atividades, não será um aparelho que nos mudará o hábito. Mas uma coisa é certa, se você já faz bolos, um aparelho de última geração poderá lhe beneficiar, caso contrário, será mais um produto nas prateleiras dos armários e menos dinheiro no bolso. E assim segue a vida, achando que tais produtos nos darão a vitalidade e a felicidade que precisamos. E vamos nos entulhando de objetos, e os fabricantes enriquecendo e nós, cada vez mais, sentindo necessidades de novos produtos para nossa vil realização. E não fica só nos produtos não. Já condicionamos nossos pensamentos a achar que se for de outras formas, aí sim, seremos felizes. Por exemplo, aqueles seios turbinados me darão a felicidade que me falta. Quando eu emagrecer aí sim serei linda e bem sucedida. Sem analisar que tem magras se suicidando! Se eu me casar alcançarei a alegria dos mortais... E por aí vamos, sempre criando metas para a felicidade. E a coitada está ali, batendo em nossas portas e dizendo: Ei, estou aqui. De graça e no presente.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Papo de Vendedor

                       (Raquel Delvaje)

              Genésio ligou o carro e saiu. Ele andava sem rumo. Estava elaborando as palavras para abordar seus clientes. Na verdade, não sabia como fazê-lo, era o seu primeiro dia como vendedor. Nunca vendera coisa alguma, pelo menos que ele lembrasse. Aliás, lembrou que quando era criança, querendo ir a um show e não tendo dinheiro, resolveu que venderia alguns objetos pessoais. Andou a tarde inteira, nem venda e nem show...
              Tal lembrança petrificou o homem, dessa vez não era um simples capricho de criança, e sim, sua sobrevivência e de sua família. Ele passara anos trabalhando em um escritório e perdera  o emprego. Após muitos currículos e muitos nãos, lhe restou trabalhar como vendedor numa linha de cosméticos.
               Ao chegar à residência de uma senhora. O vendedor apressou-se a apresentar todos os produtos e a mulher o olhava sem a menor expressão, para o total desespero dele, pois não sabia se estava agradando ou não.
               Passou então, diante do nervosismo, a falar sem parar.  Precisava provar para si mesmo que era capaz de vender algo e também dependia daquela comissão.
              - Olha minha senhora, esse produto é muito bom e é um grande rejuvenescedor...
             Quando falou de rejuvenescer, a mulher alta e sisuda mudou sua expressão, causando um entusiasmo em Genésio. E ela questiona:
             - E como posso saber se esse produto realmente rejuvenesce?
             - Simples – concluiu o homem de cabelos encaracolados e tez branca – Olhe para mim, comecei a usar esse produto faz uns dois meses e de 50 anos agora estou com aparência de 30. Estou ou não estou com aparência de 30?
             - É, realmente você está com aparência de 30. Mas como vou saber se você não tem 30 anos?
            - Não minha senhora, eu jamais mentiria, tenho 50 anos.
            - Então eu quero ver seus documentos – Desafiou a mulher, que era que nem Tomé, ver para crer.
            O homem, sem pensar duas vezes, respondeu:
           - Pois é, é o que eu digo, o produto é muito bom, mas muito bom mesmo. Tão bom que rejuvenesceu até meus documentos. Quer ver?
          






            

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Eu vi um gatinho



                (Raquel Delvaje)
Eu vi um gatinho!
Sim, sim, eu vi um gatinho!
Estava triste e abandonado
Tinha sido atropelado
Tinha sede, tinha fome
E desejo de carinho!
E naquele momento
Desejou ardentemente
 ter um lar...
Ser um gato feliz!
Levei-o para casa
Já não tinha cura,
Para  o corpinho.
Mas para a alma dei lhe carinho!
Dei lhe comida e remédios
E irmãozinhos:
Dois gatos e um cachorrinho
Foi feliz por dois dias
Ganhou até nome:
Panda
Foi o que eu disse chorando ao veterinário:
Ele tem nome!
Quando entreguei seu corpinho
Para ser enterrado!

domingo, 11 de setembro de 2011

Desfile na fazenda

(Raquel Delvaje)




Lá vem a filhinha
Filha da galinha
Com suas penas lustradas.

Juntamente vem a filhota
Filha da gaivota
Com plumas ajeitadas.

Vem também o filhote
Filho do coiote
Com seu pelo penteado.

E correndo vem o filhotinho
Filho do passarinho
Todo arrepiado.

E lá atrás, bem lá atrás
Vem o filhão
Filho do gavião
Imponente e bem arrumado.

E é assim o desfile na fazenda
Desfile de moda...
Vem toda a filharada
Filhos da bicharada