Raquel Delvaje

sábado, 26 de maio de 2012

MISTÉRIO V - O MISTERIOSO CASO DO HOMEM DA CAPA DE CHUVA BRANCA


                                                                                                                          






                                                           Esse caso aconteceu no Norte dos Estados Unidos na década de 50. Era um pequeno vilarejo bastante pacato e com poucos habitantes, todos muito unidos. Suas crianças estudavam numa vila distante, único lugar que tinha escola.  Os moradores conseguiram comprar um ônibus que as levava todos os dias para estudar, todas com idades entre oito e doze anos.  Havia uma velha e comprida ponte que unia o vilarejo com a vila. Os meninos e meninas se organizavam na saída do colégio e entravam no ônibus que era dirigido por Rebeca, uma moça que todos adoravam.
                                                               Aquela sexta feira amanheceu chovendo muito, pensaram em não levar as crianças para a escola, mas como a maioria tinha prova, decidiram por não abortar a viagem. Quando voltavam, já era quase quatro horas da tarde e a chuva continuava forte, a estrada era boa e a motorista dirigia com cautela, faltava  meia hora para atravessar a ponte e já chegar ao vilarejo quando surgiu na frente do ônibus um moço loiro, alto e magro que  vestia uma capa de chuva branca, deu sinal para o ônibus parar, fazendo com que Rebeca freasse bruscamente. As crianças assustaram. O homem foi até a janela da moça e disse para ela mudar o rumo, pois a ponte havia caído com a chuva e não tinha como passar. Rebeca assustada perguntou se alguém havia se ferido com a queda da ponte, mas antes dela concluir a pergunta o moço já estava distante.
                                                                A motorista tomou a decisão de ir pela serra, único caminho alternativo. Gastaria quase o triplo do tempo para chegar ao destino, mas não viu outra saída, tinha que entregar aos pais, os seus filhos.
                                                                Rebeca subiu a pequena serra muito preocupada, o caminho ali era precário e perigoso. O ônibus derrapava e sacudia muito. Os estudantes estavam espantados e ficavam em silêncio, todos apreensivos. Ao terminar de subir a serra, com a visão ampla, os meninos e meninas começaram a gritar para que Rebeca olhasse em direção a ponte, pois ela estava lá, intacta. Com muita raiva do moço, a motorista praguejou-o e ficou imaginando se descia de volta ou continuaria o caminho. Descer com  aquela chuva seria imprudência, continuar era risco de atolar. Quando pensou no risco de atolar eis que o ônibus atolou. Desanimada, a moça volta a olhar para a ponte e praguejar, pois sabia que naquele exato momento estaria sobre a ponte e já chegando ao vilarejo, quando num súbito os seus olhos veem a ponte se desintegrando inteira em frações de segundos, tudo indo para a ribanceira e sendo levado pelas fortes águas da correnteza. Foi uma gritaria geral, Rebeca saiu do ônibus e caiu de joelhos sob o chão lamacento e em lágrimas agradeceu pela sua vida e pela vidas das vinte e oitos crianças que estavam naquele ônibus.
                                                                No vilarejo foi um desespero. Os pais comunicaram pelo rádio com quem estava do outro lado  e eles afirmaram que não estavam vendo o ônibus no trajeto, que nesse momento já estaria chegando, pois ao passar a ponte mais duzentos metros e estavam no vilarejo. Provavelmente havia caído com a ponte, concluíram todos. Houve muitos lamentos, pais e mães desmaiados.
                                                                As pessoas que estavam do outro lado nos seus cavalos ou carros não conseguiam subir a serra, a chuva piorara e ficou impossível passar por aquela estrada. Rebeca e os estudantes ficaram isolados por toda uma noite. No dia seguinte havia estiado, mas o ônibus estava atolado e tiveram que ficar ali, era quase oito horas da manhã  quando veio um trator que estava desatolando um carro e foi verificar se tinha mais algum . Quando o motorista do trator ao se aproximar viu o ônibus e foi avistando aquele monte de crianças seus olhos começaram a verter lágrimas, o que ele chamou de verdadeiro milagre, as crianças estavam todas salvas. Quando o ônibus chegou ao vilarejo escoltado pelo trator, houve choros   e risos. A comoção foi imensa. Naquele dia na missa houve um agradecimento ao homem da capa de chuva branca, que ninguém nunca mais ouviu falar.


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