Esse caso
aconteceu na Bahia. Nestor era um vendedor de imóveis, muito mau caráter, fazia
qualquer coisa por dinheiro. Havia enriquecido muito nos últimos anos,
descobrira uma forma de enganar e roubar seus clientes mais humildes.
Certo dia recebeu um telefonema de um senhor muito
velhinho que morava sozinho e queria vender a casa e comprar uma menor, que lhe
desse menos trabalho para cuidar e menos despesas. O corretor chegou à sua casa
e fez uma avaliação com preço muito reduzido e o dono da casa achou absurdo o
valor. Nestor colocou vários obstáculos e disse para ele consultar outro
profissional que com certeza diria o mesmo. Ao sair contatou seu comparsa que
no dia seguinte procurou o velho dizendo que era corretor e se ele venderia sua
casa, pois tinha um provável comprador. O senhor muito feliz pediu para ele
avaliar o imóvel e o sujeito passou um valor com pouquíssima diferença do valor
anterior. Com isso o dono da casa se convenceu que não poderia ser maior o
preço de seu imóvel. Combinado os valores veio um terceiro e fechou o negócio
que logo em seguida colocou à venda pelo dobro do que pagou. O velho ficou
muito triste quando descobriu que sua casa estava à venda pelo dobro do preço
que vendeu. Mas nada pode fazer, pois vendera legalmente o imóvel, isso porque
ele nem imaginava que foi o irmão do próprio Nestor que comprou a casa, a mando
dele. E era assim que Nestor ia agindo, comprava por uma bagatela e vendia pelo
real valor. Com isso ia ficando rico. Não tinha dó das pessoas que ele
enganava, muitos acabavam sem conseguir adquirir outro imóvel. O corretor
sempre sorria largamente e dizia que o mundo era dos espertos.
Ele chegava a praticar essa ação de três a quatro vezes ao ano. Bastava uma pessoa humilde e sem maiores instruções procurá-lo para fazer negócios, que ele imediatamente arquitetava o plano. Sempre seu irmão e o amigo o ajudava.
Passado uns cinco meses do último golpe, veio lhe procurar uma senhora dizendo que estava vendendo sua humilde casa porque precisava comprar remédios para a filha que estava muito enferma. Ao perceber a ausência de conhecimento da pobre mulher, imediatamente ele arquitetou o plano. Após ele passar o preço para a velha senhora, dois dias depois bate à sua porta o outro comparsa avaliando a casa no mesmo valor que o Nestor havia passado. Só que o segundo avaliador ficou com muito dó dá velha e pediu para que seu amigo desistisse com o plano. Nestor ficou bravo e não quis mudar de ideia. Porém Pedro disse que não participaria mais desses negócios escusos, que arrumasse outro para o serviço e saiu decidido não mais trabalhar com o corretor desonesto. Vendo que não havia outra opção Dona Rubia aceitou o negócio. Tudo correu como sempre. Não havia nenhuma margem de suspeita que a corretagem que o homem fazia era ilegal. Na verdade, a pessoa vendia porque queria, ele não obrigava, era o que dizia à sua esposa quando ela questionava sobre ele estar sendo desonesto. O homem era muito bom de conversa e conseguia convencer Mariana que não estava errado. Ao fazerem as transações financeiras só faltava assinar os papéis. O corretor estava irradiante, venderia a casa pelo dobro do preço que havia comprado e já tinha cliente certo. A velhinha teria que desocupar a casa em uma semana. Ela pediu um mês, pois sua filha estava muito doente. Ele argumentou que um mês era muito, mas ela insistiu. Pediu que eles fossem até o quarto do fundo ver sua filha. Ele e o irmão não queriam ir , mas diante do impasse do papel não assinado resolveram ver a doente. Ao entrarem no quarto depararam com um ambiente de pouca luz e mau cheiroso. Numa cama de solteiro avistaram a mulher deitada com os cabelos embramados e virada para a parede. Estava enrolada num encardido e fino cobertor marrom e percebia-se pelo volume que era um corpo esquelético. Da enferma saia um gemido rouco e constante. Nestor e Ricardo ficaram enojados. O cheiro entrava em suas narinas e causava engulhos. Mesmo diante da cena da miséria humana ambos não desistiram do negócio. A velhinha tinha um olhar de causar pena em qualquer pessoa. Mas não neles. Ela decidiu ainda no quarto que assinaria os papéis, a porta se bateu com o vento e ficaram somente com a luz das frestas do telhado, o suficiente para enxergar um pouco. Os olhos dos homens brilharam diante da assinatura e a velha pediu para que sua filha virasse e se despedisse deles. Ela perguntou com uma voz fanhosa e repugnante se eles não tinham dó dela, tão enferma e da pobre velhinha tão indefesa. Antes que Nestor pudesse responder algo, a moça se virou para eles e revelou um rosto extremamente magro, cinza e enrugado com olhos vermelhos, cabelos despenteados, sujos e cheios de nós. Ao levantar o seu corpo esquelético revelou as mãos com unhas pretas imensas e foi na direção dos dois que forçaram a porta para abri-la, mas não se abriu, estava trancada. Começaram a gritar de pavor. Ao olharem para a velha, viram um monstro, pele e osso, com os olhos vermelhos e ria largamente, dizendo que o mundo era dos espertos. Os dois pediam piedade.
No dia seguinte um agricultor indo ao trabalho, avistou à beira de um caminho deserto, bem próximo a uma grande pedra, dois corpos totalmente mutilados.
Ele chegava a praticar essa ação de três a quatro vezes ao ano. Bastava uma pessoa humilde e sem maiores instruções procurá-lo para fazer negócios, que ele imediatamente arquitetava o plano. Sempre seu irmão e o amigo o ajudava.
Passado uns cinco meses do último golpe, veio lhe procurar uma senhora dizendo que estava vendendo sua humilde casa porque precisava comprar remédios para a filha que estava muito enferma. Ao perceber a ausência de conhecimento da pobre mulher, imediatamente ele arquitetou o plano. Após ele passar o preço para a velha senhora, dois dias depois bate à sua porta o outro comparsa avaliando a casa no mesmo valor que o Nestor havia passado. Só que o segundo avaliador ficou com muito dó dá velha e pediu para que seu amigo desistisse com o plano. Nestor ficou bravo e não quis mudar de ideia. Porém Pedro disse que não participaria mais desses negócios escusos, que arrumasse outro para o serviço e saiu decidido não mais trabalhar com o corretor desonesto. Vendo que não havia outra opção Dona Rubia aceitou o negócio. Tudo correu como sempre. Não havia nenhuma margem de suspeita que a corretagem que o homem fazia era ilegal. Na verdade, a pessoa vendia porque queria, ele não obrigava, era o que dizia à sua esposa quando ela questionava sobre ele estar sendo desonesto. O homem era muito bom de conversa e conseguia convencer Mariana que não estava errado. Ao fazerem as transações financeiras só faltava assinar os papéis. O corretor estava irradiante, venderia a casa pelo dobro do preço que havia comprado e já tinha cliente certo. A velhinha teria que desocupar a casa em uma semana. Ela pediu um mês, pois sua filha estava muito doente. Ele argumentou que um mês era muito, mas ela insistiu. Pediu que eles fossem até o quarto do fundo ver sua filha. Ele e o irmão não queriam ir , mas diante do impasse do papel não assinado resolveram ver a doente. Ao entrarem no quarto depararam com um ambiente de pouca luz e mau cheiroso. Numa cama de solteiro avistaram a mulher deitada com os cabelos embramados e virada para a parede. Estava enrolada num encardido e fino cobertor marrom e percebia-se pelo volume que era um corpo esquelético. Da enferma saia um gemido rouco e constante. Nestor e Ricardo ficaram enojados. O cheiro entrava em suas narinas e causava engulhos. Mesmo diante da cena da miséria humana ambos não desistiram do negócio. A velhinha tinha um olhar de causar pena em qualquer pessoa. Mas não neles. Ela decidiu ainda no quarto que assinaria os papéis, a porta se bateu com o vento e ficaram somente com a luz das frestas do telhado, o suficiente para enxergar um pouco. Os olhos dos homens brilharam diante da assinatura e a velha pediu para que sua filha virasse e se despedisse deles. Ela perguntou com uma voz fanhosa e repugnante se eles não tinham dó dela, tão enferma e da pobre velhinha tão indefesa. Antes que Nestor pudesse responder algo, a moça se virou para eles e revelou um rosto extremamente magro, cinza e enrugado com olhos vermelhos, cabelos despenteados, sujos e cheios de nós. Ao levantar o seu corpo esquelético revelou as mãos com unhas pretas imensas e foi na direção dos dois que forçaram a porta para abri-la, mas não se abriu, estava trancada. Começaram a gritar de pavor. Ao olharem para a velha, viram um monstro, pele e osso, com os olhos vermelhos e ria largamente, dizendo que o mundo era dos espertos. Os dois pediam piedade.
No dia seguinte um agricultor indo ao trabalho, avistou à beira de um caminho deserto, bem próximo a uma grande pedra, dois corpos totalmente mutilados.
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