Raquel Delvaje

sábado, 9 de junho de 2012

MISTÉRIO XII - O SINISTRO CASO DA BONECA ASSASSINA.


                                           













                                                 Esse caso aconteceu no interior de Alagoas. Era uma boneca linda, grande e que falava algumas palavras. Único exemplar que chegou ao bazar do bairro. Muitas crianças vieram ver.  Ficaram todas encantadas com o belíssimo brinquedo caro. Algumas meninas olhavam timidamente e nem ousavam pedir aos pais, pois sabiam que estava muito além de suas economias. Diferente de Elisandra que quando viu a boneca pediu imediatamente para sua mãe. Exigiu que ela ligasse ao pai e pedisse para deixar comprar. Jorgete explicou à filha que estavam endividados e não poderiam realizar essa compra. Mas a menina tanto fez que convenceu o pai. Percebeu os olhos das outras meninas invejando-a e isso deu a ela um sentimento de superioridade. Saiu levando a boneca nos braços.
                                                       Ao chegar à casa chamou as amiguinhas para brincar com sua linda boneca, escolheu  o nome de Marina. Após uma tarde toda brincando a mãe a chamou para tomar banho. Ela pediu para  deixá-la brincar um pouco mais. Elisandra ficou no quintal próximo à piscina que estava sendo aspirada. Depois de um tempo ali a sós, a boneca caminhou para a beira da piscina e pulou. Quando a menina viu a boneca na água afundando ela pulou também e a boneca foi em direção ao motor e a menina foi sugada pelo cabelo. Quando sua mãe chegou ela já estava morta. Toda a família  sofreu muito com a morte da criança de apenas oito anos.
                                                       Após o ocorrido a mãe colocou a boneca no porão junto com outros pertences que era da filha, ficou lá por vinte anos. Quando a casa foi vendida, algumas coisas foram levadas e outras não. Marina ficou e a nova proprietária ao destrancar o porão encontrou-a e se apaixonou por ela. Levou para o  seu quarto. Eduarda havia casado fazia um ano e estava muito feliz. Naquela manhã, sozinha em casa, estava lavando a garagem, o portão fechado, de repente ela viu a boneca na porta. Assustou-se, pois sabia que a boneca não estava lá antes.  Pegou o brinquedo e o levou novamente ao quarto, imaginou que talvez o marido tivesse pegado.  Continuou a lavar o chão com uma maquininha elétrica, ao virar para a porta viu Marina segurando o fio desencapado e soltá-lo no chão cheio de água. Ela deu um grito e começou a tomar choques fortíssimos, a boneca sorriu enquanto ela morria eletrocuta.
                                                        Após um tempo, Marina foi doada para um brechó do mesmo bairro.  Alice correu avisar a mãe, pediu por favor para comprar, o dinheiro  dava. Maria, costureira, tinha uma pequena economia e queria dar um presente à filha que ajudava muito nas costuras. A menina tinha ido ao brechó que era na mesma rua de sua casa, foi escolher um presente. A mãe mandou escolher um casaquinho de frio, pois o inverno estava chegando. Muito feliz, ela foi cantarolando e quando se deparou com a belíssima boneca seu coração ficou aos pulos. Maria não coseguiu negar o mimo para a filha. Mas quando ela consentiu a compra, a menina viu nos olhos da mãe a preocupação, pois não teriam dinheiro para comprar o casaquinho e disse à mãe que gostou mais da blusinha azul com borboletas que estava na arara. Sua mãe disse que levasse a boneca, ela arrumaria dinheiro depois para comprar o casaquinho. Foi quando Alice virou-se para uma bonequinha de pano e disse para a mãe que gostara mais daquela outra bonequinha. Maria ficou feliz com a escolha da filha, pois a boneca de pano era mais barata e pode levar ela e a blusa. Alice foi toda feliz carregando sua bonequinha de pano desbotado. E Marina ficou lá, esperando uma nova criança que não resistisse aos seus encantos.
                             


Nenhum comentário:

Postar um comentário