No centro de
Limeira, cidade do interior de São Paulo, morava uma mulher muito solitária.
Ela não queria mais contato com as pessoas desde que havia sofrido um
derrame e arrastava uma das pernas. Sentia-se envergonhada e preferia estar
sempre recolhida em seu apartamento. Contava com a ajuda de uma irmã que
a amparava nos seus afazeres e ia para ela aos supermercados, bancos e
lojas. O único dia que Lazinha saia de casa era quando ia ao
médico, mas voltava rapidamente. Lúcia vivia pedindo a ela para fazer um
passeio, ir a uma loja, fazer compras, sair um pouco. Queria muito que a
reclusa irmã deixasse de se envergonhar pela situação que se encontrava, que
nem era tão ruim assim, com certeza havia pessoas muito piores do que ela, mas
o orgulho não lhe permitia ser diferente.
Lazinha já havia se acostumado com sua vida daquela forma e nem gostava que Lúcia insistisse com ela para sair de casa. Porém a dedicada irmã sempre se desdobrava para atender aos caprichos da outra. Os anos se passavam e a mulher ia ficando cada vez pior em suas exigências. Já não queria ficar sozinha e exigiu que a bondosa companheira lhe servisse dia e noite, passando a morar com ela e se fechando também naquela vida pacata e encarcerada. Saindo somente para as necessidades domésticas, mas depois voltando e ficando ali num tedioso ir e vir de dias compridos e noites infinitas. As conversas uma com a outra era o que distraia. Um programa de televisão, uma novela, um livro era o que ajudava os dias serem menos ruins. Mas a pobre da Lúcia não podia nem receber uma visita, pois a irmã a proibira.
Passaram-se uns dez anos e um dia a Lazinha amanheceu morta. Lúcia chorou o falecimento de sua irmã e companheira, mas não demorou uma semana para ela sentir o alívio daquela morte e se sentir livre para seguir sua vida, rever as velhas amizades, passear e se divertir. Um mês depois, estando sozinha em seu apartamento e muito feliz com a nova vida que estava levando, a irmã de Lazinha preparou uma pipoca e foi assistir a um filme quando ouviu a descarga do quarto. Estranhou, estava sozinha. Foi até o banheiro e não viu nada, pensou que poderia ser a televisão. Voltou a assistir ao filme e cochilou no sofá, acordou com um barulho de uma caixa caindo no quarto. Assustou-se, achou que era ladrão e ficou apreensiva, foi até o corredor e observou tudo com precaução, depois viu que não havia nada ali. A caixa estava caída no chão e ela pegou-a e ajeitou numa cadeira próxima e resolveu dormir. Na madrugada, acordou com passos no corredor, assombrada, levantou e trancou a porta do quarto e ficou lá quieta, até que adormeceu. No dia seguinte, observou que o apartamento estava em perfeito estado, concluiu que era sua imaginação. Após uns dias, voltaram a acontecer fatos estranhos no apartamento. Eram barulhos, passos, descargas, televisão que ligava e desligava. Abismada, Lúcia decidiu vender o apartamento e sair dali. Quando colocou o imóvel à venda, naquela noite, teve uma surpresa. Ao entrar em seu quarto viu sua irmã, mulher magra e de cabelos loiros, sentada na cama, com as mãos cobrindo o rosto e chorando muito. Lúcia, mesmo apavorada com o que via, decidiu perguntar para a irmã porque chorava tanto e ela respondeu que nunca se conformara por Lúcia ser mais bonita e sempre ter tido mais sorte e que a odiava por isso. A irmã bondosa disse que nunca havia percebido tanto ódio e inveja e Lazinha disse que não tinha paz, era um tormento ver que ela se divertia e estava tão bem, ela jamais poderia ter morrido primeiro e que agora iria levá-la. Quando ergueu a cabeça tinha um olhar feio, cheio de olheiras, seus dentes estavam apodrecidos e sua pele amarela e pegajosa. Lúcia assustou-se e correu para a porta e a falecida veio para cima dela com garras e dentes , a mulher abriu a porta e correu pelas escadas do prédio, tropeçou e caiu, ferindo-se.
No dia seguinte acordou no hospital, havia sido salva pelo porteiro que a viu pela câmera quando saiu correndo. Ele não viu Lazinha,mas viu uma nuvem preta que saiu pela porta do apartamento em direção à Lúcia. Achou que fosse algum início de incêndio.
Lazinha já havia se acostumado com sua vida daquela forma e nem gostava que Lúcia insistisse com ela para sair de casa. Porém a dedicada irmã sempre se desdobrava para atender aos caprichos da outra. Os anos se passavam e a mulher ia ficando cada vez pior em suas exigências. Já não queria ficar sozinha e exigiu que a bondosa companheira lhe servisse dia e noite, passando a morar com ela e se fechando também naquela vida pacata e encarcerada. Saindo somente para as necessidades domésticas, mas depois voltando e ficando ali num tedioso ir e vir de dias compridos e noites infinitas. As conversas uma com a outra era o que distraia. Um programa de televisão, uma novela, um livro era o que ajudava os dias serem menos ruins. Mas a pobre da Lúcia não podia nem receber uma visita, pois a irmã a proibira.
Passaram-se uns dez anos e um dia a Lazinha amanheceu morta. Lúcia chorou o falecimento de sua irmã e companheira, mas não demorou uma semana para ela sentir o alívio daquela morte e se sentir livre para seguir sua vida, rever as velhas amizades, passear e se divertir. Um mês depois, estando sozinha em seu apartamento e muito feliz com a nova vida que estava levando, a irmã de Lazinha preparou uma pipoca e foi assistir a um filme quando ouviu a descarga do quarto. Estranhou, estava sozinha. Foi até o banheiro e não viu nada, pensou que poderia ser a televisão. Voltou a assistir ao filme e cochilou no sofá, acordou com um barulho de uma caixa caindo no quarto. Assustou-se, achou que era ladrão e ficou apreensiva, foi até o corredor e observou tudo com precaução, depois viu que não havia nada ali. A caixa estava caída no chão e ela pegou-a e ajeitou numa cadeira próxima e resolveu dormir. Na madrugada, acordou com passos no corredor, assombrada, levantou e trancou a porta do quarto e ficou lá quieta, até que adormeceu. No dia seguinte, observou que o apartamento estava em perfeito estado, concluiu que era sua imaginação. Após uns dias, voltaram a acontecer fatos estranhos no apartamento. Eram barulhos, passos, descargas, televisão que ligava e desligava. Abismada, Lúcia decidiu vender o apartamento e sair dali. Quando colocou o imóvel à venda, naquela noite, teve uma surpresa. Ao entrar em seu quarto viu sua irmã, mulher magra e de cabelos loiros, sentada na cama, com as mãos cobrindo o rosto e chorando muito. Lúcia, mesmo apavorada com o que via, decidiu perguntar para a irmã porque chorava tanto e ela respondeu que nunca se conformara por Lúcia ser mais bonita e sempre ter tido mais sorte e que a odiava por isso. A irmã bondosa disse que nunca havia percebido tanto ódio e inveja e Lazinha disse que não tinha paz, era um tormento ver que ela se divertia e estava tão bem, ela jamais poderia ter morrido primeiro e que agora iria levá-la. Quando ergueu a cabeça tinha um olhar feio, cheio de olheiras, seus dentes estavam apodrecidos e sua pele amarela e pegajosa. Lúcia assustou-se e correu para a porta e a falecida veio para cima dela com garras e dentes , a mulher abriu a porta e correu pelas escadas do prédio, tropeçou e caiu, ferindo-se.
No dia seguinte acordou no hospital, havia sido salva pelo porteiro que a viu pela câmera quando saiu correndo. Ele não viu Lazinha,mas viu uma nuvem preta que saiu pela porta do apartamento em direção à Lúcia. Achou que fosse algum início de incêndio.
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