Raquel Delvaje

sábado, 7 de julho de 2012

MISTÉRIO XVII - O MISTERIOSO CASO DO CONTO QUE NÃO PÔDE SER PUBLICADO





                               Esse caso se passou comigo, no interior de São Paulo. Há uns dois meses atrás eu tive um sonho extremamente enigmático. Estava sobre uma rocha tentando voar e surgiu uma águia enorme com cara de cachorro e sorriu para mim. Assustada, pulei e sai voando. A sinistra ave voou do meu lado e disse que ia me contar oitenta e quatro casos misteriosos que aconteceram de verdade. Alguns pareceriam simples brincadeiras e outros seriam muito sérios, todos os nomes e locais me seriam revelados, assim como a data do acontecido. Mas eu deveria ocultar nomes e em alguns casos as datas. Ele me disse que haveria uma grande revelação em um desses contos, não me disse qual. Disse também que um deles eu não poderia publicar e nem divulgar para ninguém. Ainda assustada continuei voando e quanto mais rápido eu voava mais a ave estava à minha frente. Senti um enorme alívio quando acordei daquele pesadelo, e depois disso comecei a sentar em frente ao meu computador e escrever sem noção do que estava digitando até ler e tomar conhecimento do caso escrito.  Após isso, sentia impelida a mudar os nomes e em alguns casos as datas, mas nunca os lugares.
                                    Os contos surgiam com uma sequência que não poderiam ser quebradas, eu simplesmente obedecia. Até que ocorreu o fato que vou contar. Estava tudo indo bem, havia me esquecido do sonho. Na semana passada no meu décimo sétimo conto, senti necessidade de escrevê-lo, pois é assim que me revela a inspiração, uma necessidade. Era quase meia noite e eu estava sozinha em casa. Meu marido estava viajando e minha filha foi dormir na casa da avó. Coisa que nunca acontece. Ao terminar o conto eu estava totalmente assombrada com aquele caso nunca visto ou ouvido por alguém nessa terra. Achei que era a coisa mais extraordinária que alguém poderia ter escrito. Quando eu fui salvar, simplesmente sumiu do computador. Fiquei triste, mas como estava fresquinho em minha mente, voltei e escrevi novamente. Foi quando tudo começou a acontecer. As lâmpadas começaram a piscar e a porta que estava trancada se destrancou e bateu com força na parede, nesse momento eu estava completamente apavorada, o cachorro começou a uivar incessantemente e os dois gatos ficaram arrepiados. As letras começaram a se apagar como se eu estivesse apertando a tecla de correção. Fiquei ali, olhando para  a tela impressionada com o que eu via. Depois de tudo apagado começou a escrever que eu deveria obedecer e não publicar o conto décimo sétimo. Quando senti uma claridade do meu lado e olhei, fiquei petrificada, havia um homem  me olhando. Seu rosto tinha uma brancura que eu nunca vi. Não conseguia olhar para ele  pois refletia uma luz forte e ofuscava meus olhos.Ele bateu no meu computador e  jogou-o no chão e disse que eu era muito teimosa. Assustada, me encolhi no sofá e tremia que nem vara verde, parecia que eu sentia frio, mas a noite era quente. Ele disse que eu não deveria publicar o texto jamais e somente comentar a alguém depois de publicados os oitenta e quatro textos. Fiquei ali insana, ouvindo aquela voz estranhamente tenebrosa. Lembro que meu cachorro continuava a uivar e os gatos arrepiados tentavam atacar aquele homem.  De repente senti minhas vistas escurecerem e cai no chão.
                                        Acordei no dia seguinte no tapete da sala, a porta aberta e um vento gelado invadindo o cômodo. O cachorro e os gatos aninhados em mim como se quisessem me proteger. O computador estava quebrado no chão.




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